quinta-feira, 7 de outubro de 2010

O ABC da comunicação corporativa (parte 2)

Para tentar dar alguma luz a quem atua em comunicação corporativa, continuo aqui o meu pequeno dicionário. Agora de L a R.

L
Literatura - Além dos livros técnicos e dos milhares de jornais, revistas e sites que somos obrigados a ler diariamente, instrumentos fundamentais para o desenvolvimento do trabalho, nada melhor do que novos e antigos autores para enriquecer vocabulário, aprimorar escrita, abrir horizontes e relaxar um pouco. Acredito que somente livros absolutamente imprescindíveis devam permanecer na estante. Faça a roda girar, "esqueça" um livro por aí de vez em quando para alguém pegar. Doe e leia livros, faz bem à alma e à cultura geral.

M
Mailing - Mandar tudo para todos não faz sentido. O segredo é depurar o mailing e fazer uma comunicação dirigida. Enviar informações de gastronomia para quem cobre a área de Negócios, por exemplo, é o maior tiro no pé. Irrita o jornalista, que fica com caixa de e-mails lotada de assuntos sem interesse. "Perder" tempo para criar uma boa lista de contatos significa "ganhar" resultados no futuro. Cuide de seu mailing com muito carinho.

N
Normas - Seguir normas e padrões ajuda muito. Além de facilitar o trabalho, sem criar armaduras, colabora também para criar a sua imagem e da empresa. Vale para tudo: padrões de assinatura dos e-mails da equipe, determinação da postura dos funcionários, normas de escrita etc. É um processo, não termina nunca.

O
Ouvido - Utilize essa parte do seu corpo que, não por acaso, fica próximo ao cérebro. Aprenda que ouvir é mais importante, muitas vezes, do que falar. Dê uma pausa no seu discurso inteligente na frente do cliente para saber o que ele deseja, o que o jornalista busca, o que os outros esperam de você. Ouvir é uma arte.

P
Planejamento - Para apresentar um plano de comunicação é preciso conhecer a fundo o cliente. Muita gente pensa que o assessor vai tirar o coelho da cartola e apresentar a solução ideal após um briefing de meia hora. A comunicação precisa estar alinhada com o planejamento estratégico da empresa, com definições claras de metas, objetivos e visão de longo prazo.

Q
Q. I. (Quem indica) - Se quiser alcançar sucesso profissional - como empresário ou funcionário - recomendo começar a circular por aí para criar um excelente network. Vá a eventos diversos, faça cursos na área ou fora dela, conheça e reveja pessoas no mundo físico e virtual. Muito difícil conquistar um cliente apenas batendo na sua porta. O que funciona mesmo é o Q.I., a indicação de outra pessoa. Nosso maior avalista é aquele que fala bem da gente.

R
Release - Dizem que vai acabar e se tornará um instrumento para poucas ocasiões. Por enquanto ainda é bastante utilizado. Se for para escrever superficialidades, melhor não enviar. O duro é fazer o cliente entender isso. Mas se ele lhe contratou é porque você é o especialista no assunto. Bata o pé até gastar a sola. Relevância também começa com R e poderia estar nesta lista.



* Lucia Faria é jornalista, pós-graduada na Universidade de São Paulo (USP) em Gestão Estratégica em Comunicação Organizacional e Relações Públicas. Com mais de 20 anos de experiência no mercado, comanda desde 2002 sua própria agência, a Lucia Faria Inteligência em Comunicação.

Texto publicado no Portal Imprensa, em 24/09/2010

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