segunda-feira, 10 de maio de 2010

O uso das mídias sociais nas empresas

Pedro Guimarães

O uso das mídias sociais tem se tornado cada vez mais popular no Brasil. Desde o surgimento do Orkut até a atual febre do Twitter e do Facebook, pessoas de todas as idades utilizam essas ferramentas para os mais variados fins - de contatos profissionais a paquera, de divulgação de portfólio a bate-papos com os amigos. No trabalho, com o acesso à internet, o uso das mídias sociais para fins pessoais continua, e pode se tornar um fator de queda de produtividade. Mas, será que o caminho certo para os empregadores é simplesmente proibir a utilização desses meios durante o expediente?

Segundo pesquisa da Manpower, empresa de recursos humanos, as companhias brasileiras são as que mais têm políticas sobre o uso de mídias sociais no trabalho. De acordo com o estudo, 55% das empresas no Brasil têm alguma política nesse sentido, contra apenas 20% na média global. No País, a pesquisa mostra que o setor de finanças é o que mais controla os empregados (81%), seguido de transportes (65%) e administração pública e educação (58%).

Ao examinarmos os motivos que levam as instituições brasileiras a adotar a regulamentação, podemos notar que o foco está no gerenciamento de riscos, não na maneira como elas podem aproveitar as ferramentas em benefício dos empregados e do negócio. Tal abordagem das mídias sociais pode se mostrar equivocada. Uma política proibitiva ignora todo o potencial das ferramentas. É certo que o crescente uso dessas redes traz desafios para o gerenciamento de imagem das organizações, que provavelmente precisarão exercer algum controle, mas elas também apresentam uma nova gama de possibilidades para construir uma empresa vencedora. Proibir não é o melhor caminho, pois as redes sociais podem ser úteis em manter os colaboradores engajados, gerar acessos ou atender melhor aos clientes.

No mundo todo, o número de empresas que controlam as redes sociais é consideravelmente menor do que no Brasil. As Américas apresentam uma média de 29% de instituições que dizem controlar as redes sociais: no México, 29%, Canadá, Costa Rica e Guatemala, 27%, Argentina e Peru, 26%, Colômbia, 25%, e Estados Unidos, 24%.

Na Ásia e no Pacífico, a média de empresas com políticas de comando fica em 25%: China, 33%, Nova Zelândia, 32%, Austrália, 31%, Hong Kong, 27%, Japão, 25%, Taiwan, 23%, Cingapura, 14%, e Índia, 11%.

Europa e África apresentaram a menor média de controle, apenas 11%. Na Polônia, apenas 1% das empresas tem políticas nesse sentido, na França, 2%, Áustria e República Tcheca, 4%, Alemanha e Suíça, 6%, Bélgica, Romênia e Suécia, 7%, Grécia, Itália e Espanha, 10%, Hungria e Noruega, 11%, Holanda, 13%, Irlanda, 15%, Reino Unido, 22%, e África do Sul, 40%.

Mas a ausência de políticas para o uso das mídias sociais, como vemos em muitos países, se mostra bastante prejudicial às empresas. Esses meios de comunicação estão presentes na vida do trabalhador, e podemos dizer que é inútil simplesmente ignorá-los. Assim, é necessário criar maneiras de utilizar as ferramentas de modo inteligente e vantajoso, e não proibir ou ignorar o seu uso.

Uma dica importante para o uso produtivo das mídias sociais em empresas é que os colaboradores sejam desafiados a inovar. Eles devem ser incentivados a criar novas maneiras de usar as ferramentas para melhorar seu trabalho. É importante estar atento aos especialistas da equipe, deixando-os assumir a tarefa de lidar com as mídias.

Dessa maneira, as mídias sociais podem ser úteis na divulgação de novos produtos, em pesquisas de satisfação com clientes e para passar dicas de utilização de serviços, entre outras inúmeras funções.

A base de qualquer rede social saudável é o comprometimento dos usuários. Assim, os empregados devem ajudar o desenvolvimento e implantação da rede, promovendo a confiança nos objetivos instituídos. Dessa maneira, se as empresas estiverem preparadas para adotar as mídias sociais - e não simplesmente proibi-las - pode haver benefícios consideráveis.

*Fonte: DCI - Comércio, Indústria & Serviço

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